terça-feira, maio 02, 2006

Uma boa referência - What Make Us Move On



Literalmente, as bicicletas. Mas deixando de lado o humor britânico, permanece a pergunta: o que me levará a abdicar do pseudo - conforto de um sofá ou de uma lauta refeição para percorrer de BTT os "caminhos" ?Provavelmente a explicação profunda radicará no campo da psicologia ou da psicanálise, Sem embargo, existem motivos mais comezinhos que poderão ser apontados para alguém que "já tinha idade para ter juízo" pedalar, por vezes quase até à exaustão, pelos "caminhos" a que faço referência neste site:Em primeiro lugar a vontade de "evasão". Um termo muito em voga e que significa escapar de uma qualquer prisão, entendida aqui como a prisão urbana e a do stress quotidiano. De facto são bons momentos de evasão aqueles que são passados nos "caminhos" em cima das nossas metálicas montadas.Em segundo lugar a "aventura". De facto há uma boa dose de aventura nestes "caminhos". Ela relaciona-se com a inponderabilidade dos rumos a tomar nas encruzilhadas, onde por vezes as opções são imprevisíveis; ou, ainda, com os inúmeros episódios que nos sucedem nos "caminhos" onde se circula de forma diferente de um automobilista numa estrada, costumo afirmar que é mais difícil orientarmo-nos de Palmela a Sesimbra pelos "caminhos" do que de Lisboa a Madrid por auto-estrada. Cada curva, cada salto ou cada descida são, para nós, um acto de aventura é a paixão pelo risco controlado, pela adrenalina injectada no sangue de forma moderada e racional de modo a que não se confunda aventura com inconsciência.Em terceiro lugar o "ambiente". Circular pelos "caminhos" significa circular fora dos aglomerados urbanos, fora das estradas movimentadas, longe dos escapes motorizados, cruzando parques naturais, respirando ar puro, alcançando o topo de montanhas com paisagens deslumbrantes onde poucos estiveram antes e onde nos sentimos em intensa comunhão com a Natureza, se quisermos e se formos crentes, em comunhão com Deus. Longe das multidões e das confusões inerentes aos espaços urbanos onde o ordenamento é mau e o espaço é desumanizado, edificado em função da motorização que satura o ar de poluentes, enche os espaços de viaturas, constringe e aperta as nossas almas. Aprendemos a conhecer e a respeitar a Natureza e, consequentemente a sermos cidadãos mais inteligentes e mais conscientes perante as ameaças (inúmeras) que pairam sobre. Para nós o progresso não é um automóvel veloz mas antes uma árvore imóvel no cimo de uma montanha. Assim se criam as raízes e se aprende a amar a Natureza acima das outras coisas.Em quarto lugar a "amizade". Valor que parece andar um pouco arredado da vida social de hoje mas que procuramos cultivar desinteressadamente pela solidariedade e pela entreajuda entre os elementos do grupo. A amizade não é uma termo vago, mas algo que se cultiva e se cimenta nas dificuldades que são partilhadas, na edificação e na prossecução de valores que são comuns e que nos unem, nisso a que os franceses chamam "esprit de corp" ou que os antigos designavam com "et pluribus unum". Por isso eu afirmo: - é bom ter amigos.Em quinto lugar o "espírito de sacrifício", quer dizer participar em algo que é bastante exigente do ponto de vista físico e mental e procurar superar as dificuldades que se nos deparam, Situs, Altus, Fortus parece ser um dos lemas que nos move. De facto só com um enorme espírito de sacrifício se supera a enorme dificuldade que é subir uma montanha com uma inclinação de 20% por um caminho de cabras com os pulmões a "rebentarem" e chegar ao seu topo e sentir uma enorme sensação de felicidade. As palavras doutas de um anónimo resumem tudo: "Cheio de Deus nada temo, pois venha o que vier nada será maior que a minh’ alma".Em último, mas não por menos, a paixão pela "forma física", sentirmo-nos bem no nosso corpo, cultivarmos o lazer e o aspecto físico como um componente essencial do bem estar e sentirmos o desprezo por todos aqueles elementos que lhe são prejudiciais como sejam todos os tipos de excessos. É por isso que conseguimos efectuar desempenhos físicos a todos os títulos notáveis, quer em função da nossa idade, quer comparativamente com muitas outras pessoas que confundem o sedentarismo com felicidade e se convertem em "vencidos da vida" arrastando a sua crescente obesidade pelas mesas dos restaurantes ou pelos bancos das suas viaturas. Ao percorrermos as nossas praias no Verão deparamos com os adeptos do "Kumer y Buber", perante tanta obesidade é até de admirar que não hajam mais doenças. Sentirmo-nos bem fisicamente, tal como para o homem do Renascimento, é sentirmo-nos bem mentalmente. Seguimos, assim a máxima de Juvenal "Mens Sana in Corpore Sano".PR, JAN00English VersionWHAT MAKE US MOVE ONLiterally, our bicycles. But seriously, it remains the question: what strange force move me to abdicate of the pseudo-comfort of my sofa or of one delicious "heavy-meal" to take the MTB "paths"? Probably the deep true explanation can only be found in the fields of the psychology or of the psychoanalysis, nevertheless, there are simple reasons that can explain why somebody that "already had age to have judgment " goes to spin, for times almost until the exhaustion, on the "paths":In first place the will of "evasion". A word often spooked that it means to escape of one prison, understood here as the urban prison and the one of the daily stress. In fact, those are good moments of evasion that we pass on the " paths " mounting on our bikes.In second place the "adventure". In fact there are a good portion of adventure in those " paths ". It’s related with the inponderability of which way to chose on a crossroad, where sometimes, the options are unexpected; or, still, with the innumerable episodes that happens to us on the "paths" where we circulate on a different way as a motorist on a ordinary road, I use to say, often, that it is more difficult to navigate between Palmela and Sesimbra through the "paths" that from Lisbon to Madrid on a highway. Each curve, each jump or each descending are, for us, an adventure and an act of passion for the controlled risk, for the adrenaline injected in the blood stream in a moderate and rational way in order that we do not mix adventure with unconsciousness.In third place the "environment ". To circulate in the "paths" means to circulate outside of the urban accumulations, away from confused roads, far of the motorized vehicles, crossing natural parks, breathing pure air, reaching the mountain top with flaring landscapes where few had been before and where we feel them in intense communion with the Nature and, if we believe, with God Himself. Away from crowds and confusion of the cities where the spaces are inhuman builded according the motor vehicles that impregnates the air with pollution. We learn to know and to respect Mother Nature and, therefore, to be more intelligent and more conscientious citizens in presence of its innumerable threats. For us the progress it is not a fast automobile but one immovable tree in the top of a mountain. That’s how we create our "roots" and how we learn to love Mother Nature above all the other things.In fourth place the "friendship". Maybe one old-fashioned value that seems to be overtaked by today’s social life but that we care and increased by the solidarity links between the elements of the group. The friendship, for us is not a vacant term, but something that grows up and solidifies in the arduousness that we share, in the construction and the following of common values that united us, what the French call "l’esprit de corp" or that the old ones assigned with " et pluribus unum ". Therefore I affirm: - it is good to have friends.In fifth place the "spirit of sacrifice", which means to participate in something that it is extremely demanding from a physical and a mental point of view and to surpass the difficulties that we faced, "Situs, Altus, Fortus" seems to be one of our main mottoes. In fact, only someone with an enormous spirit of sacrifice can surpass the enormous difficulty that is to up-hill a mountain with an inclination of 20% in a poor sandy path with the lungs and the pulse "breaking", to arrive at its top and to feel an enormous sensation of happiness. The words of an anonymous author resume everything: " Full of God, I fear nothing cause it comes what it comes nothing will be greater then my soul ".In last, but not the least, the passion for the "physical fitness", to feel ourselves in peace with our own body, to cultivate the leisure and the physical aspect as a essential component of the welfare and to despise all those elements that are harmful to your body, as all the types of excesses. It’ s how we obtain superiors physical performances, in function of our age, and comparatively with many other people who confuse sedentary habits with happiness and becomes a kind of "loosers of the life" dragging its increasing obesity in the restaurants tables or in their car seats. When we walk on our beaches in the Summer time we find many adepts of the "eat & drink national sport" - standing before so many obesity is even to admire that there are no more illnesses on our society. To feel great physically, it’s also, like to the Renaissance’s man, to feel great mentally. Thus, we follow the principle of Juvenal of "Mens Sana in Corpore Sano".PR, JAN00